domingo, 6 de fevereiro de 2011
Quantas Madrugadas Tem a Noite - Ondjaki
Título: Quantas Madrugadas Tem a Noite
Autor: Ondjaki
Nº de Páginas: 184
Editora: Colecção Autores Lusófonos - Revista Visão
Preço: 1€
Sinopse: «Quantas Madrugadas Tem a Noite está destinado a ser um marco na literatura angolana e na literatura de língua portuguesa em geral. Com uma extraordinária mestria narrativa, Ondjaki conta aqui uma história em que não se sabe o que admirar mais, se a fulgurante imaginação do autor, se a sua capacidade para a criação de tipos e situações carregados de significado, se a sua capacidade para elevar a linguagem coloquial a um altíssimo nível literário. O humor, a farsa, o lirismo, a tragédia, o horror, todos estes sentimentos são aqui convocados e expostos, com a fluência de quem conta, simplesmente, uma história, na Luanda dos dias de hoje.»
Foi com alguma curiosidade que parti para a leitura desta obra, pois fiquei com uma óptima impressão do autor depois de ler o livro de contos Os da Minha Rua, o que fez aumentar a minha curiosidade em relação ao trabalho de Ondjaki no que toca ao romance propriamente dito - o meu género literário de eleição.
Uma das coisas que notei logo no começo do livro foi o reconhecimento daquela linguagem doce empregada pelo autor na obra anteriormente lida por mim, o que me fez sorrir de satisfação logo nas primeiras páginas, como se tivesse reencontrado um velho amigo.
Sentado num bar, sorvendo cerveja atrás de cerveja (ou ngala atrás de ngala, como preferirem) o narrador conta-nos as estórias de vários amigos seus, sendo que muitas delas estão entrelaçadas e são mesmo necessárias para o objectivo final de não restarem quaisquer dúvidas acerca do assunto principal, em redor do qual giram a maioria das narrativas dentro desta narrativa principal, numa espécie de efeito matrioska. Somos levados a conhecer um grupo de amigos muito distinto, como todos o são, sendo que este tem a particularidade de ser constituído, entre outros, por BurkinaFaçam - um anão com sucesso no que toca ao mundo feminino e que é proprietário de um conjunto de candongueiros (espécie de táxis com rota previamente definida utilizados em Luanda).
O que mais gostei neste livro foi o facto de conhecer uma veia algo humorística de Ondjaki, que cria nesta obra inúmeras situações no mínimo caricatas, como por exemplo o facto de BurkinaFaçam ter requerido a ajuda do seu amigo Jaí, professor no ensino público, para o auxiliar no cumprimento de uma promessa que ele tinha feito a umas amigas, tendo o albino Jaí ter-se feito passar por enviado do governo para tratar com essas amigas de BurkinaFaçam de alguns detalhes para posteriormente as inscrever no Sindicato Nacional das Prostitutas, imagine-se.
Algo que não pude deixar de reparar foi o facto de a cultura angolana, mais propriamente luandense, estar muito presente e explicita nas obras que li deste autor, o que, creio, faz qualquer um sentir que conhece um pouco mais de uma cidade onde nunca esteve. Esta é, sem dúvida, uma das muitas coisas boas na literatura!
Este livro é Angola. A linguagem, a narrativa, as personagens, as situações mais caricatas que se possam imaginar, tudo isso está aqui inserido.
Recomendo a quem procura uma estória interessante, bem contada e muito humorística!
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Feira Literária Internacional de Sintra
«Paraty foi a inspiração de Gonçalo Bulhosa, co-fundador da Oficina do Livro e ex-editor da Palavra, que acaba de anunciar a organização da Festa Literária Internacional de Sintra (FLIS), já com dias certos (11, 12 e 13 de Novembro), director da primeira edição conhecido (o editor Manuel Alberto Valente) e espaço reservado (o Centro Cultural Olga Cadaval). «O espírito é tornar o Centro Cultural Olga Cadaval um espaço aberto, muito dinâmico, com acontecimentos durante os intervalos entre palestras. O espírito de festa é o mesmo da FLIP, mas tudo o resto será diferente, pois Sintra, no Inverno, não é comparável ao calor das ruas de Paraty», afirma Bulhosa ao jornal Público. Sabe-se, para já, que primeira FLIS terá 30 escritores convidados (João Tordo e Pedro Paixão são os primeiros autores portugueses confirmados).»
Fonte: http://ler.blogs.sapo.pt/745695.html
domingo, 30 de janeiro de 2011
Citações #6
«BurkinaFaçam só anda de motorista, porque ele vai de lado, na cadeira especial dele, lhe vês de fora nem dizes que é anão, póster do gajo que ele arranjou pra se fazer nas damas mesmo de dentro da viatura, janela dele do xaxo - Romeu das julietas impressionáveis no ruca dele.»
Quantas Madrugadas Tem a Noite, Ondjaki
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Ano novo, imagem nova!
Como já puderam reparar, as coisas por aqui estão um bocadinho diferentes (para melhor, espero).
Ao longo dos últimos meses do ano passado os meus posts foram muito diminutos, algo que prometi a mim mesmo tentar mudar no inicio deste ano de 2011. E que melhor maneira de começar um ano do que um novo visual? Digam o que acharam na secção de comentários.
Cumprimentos e desejos de boas leituras a todos vós,
Fernando
Ao longo dos últimos meses do ano passado os meus posts foram muito diminutos, algo que prometi a mim mesmo tentar mudar no inicio deste ano de 2011. E que melhor maneira de começar um ano do que um novo visual? Digam o que acharam na secção de comentários.
Cumprimentos e desejos de boas leituras a todos vós,
Fernando
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Booking Through Thursday - Pesados
Tomei conhecimento desta interessantíssima iniciativa através de outros blogs por onde tenho passado, e tomei aquela que me pareceu uma decisão acertada, a de me juntar aos muitos bloggers que já participam nela.
Assim sendo, abaixo está a primeira de muitas curiosidades literárias relativas à minha pessoa que aqui serão colocadas, sempre à quinta-feira.
Qual foi o maior livro, o mais volumoso e pesado, que já leste? Leste por obrigação? Por prazer? Para a escola?
O maior livro que já li até hoje foi o Vinte Mil Léguas Submarinas de Júlio Verne, que não é assim tão grande (432 pág.), muito menos volumoso e pesado, visto ser um livro de bolso. Normalmente leio livros algo pequenos, não que evite ler algo maior, foi apenas obra do acaso. Li-o por prazer, obviamente.
Fernando
Assim sendo, abaixo está a primeira de muitas curiosidades literárias relativas à minha pessoa que aqui serão colocadas, sempre à quinta-feira.
Qual foi o maior livro, o mais volumoso e pesado, que já leste? Leste por obrigação? Por prazer? Para a escola?
O maior livro que já li até hoje foi o Vinte Mil Léguas Submarinas de Júlio Verne, que não é assim tão grande (432 pág.), muito menos volumoso e pesado, visto ser um livro de bolso. Normalmente leio livros algo pequenos, não que evite ler algo maior, foi apenas obra do acaso. Li-o por prazer, obviamente.
Fernando
Seis Campas até Munique - Mário Puzo
Título: Seis Campas até Munique
Autor: Mário Puzo
Nº de Páginas: 155
Editora: Bertrand Editora
Preço: 14,64€
Sinopse: «Nos dias que precederam o fim da Segunda Guerra Mundial, Michael Rogan, um jovem soldado americano, é brutalmente torturado por oficiais nazis, que o dão como morto.
Procurando vingança, Rogan dá inicio a uma busca incessante pelos seus torcionários, caçando-os e matando-os, um a um.
Negro, violento e gráfico, este thriller arrepiante mostra até onde um homem pode ir com sede de justiça e vingança.»
São sempre os livros que mais gosto dos quais me custa mais falar, talvez porque me faltem as palavras supostamente exactas para descrever o que senti ao longo das suas leituras. Desta vez a surpresa sentida deve-se muito ao facto de o livro me ter sido emprestado por um amigo, o que acabou por alterar de certa maneira o modo como as obras que leio chegam até mim, literalmente, sendo que desta vez o livro veio mesmo ter comigo, ao contrário do que normalmente sucede.
Os visitantes mais atentos aqui do blog já devem ter reparado que nas minhas opiniões tento por vezes associar uma obra a uma palavra final que do meu ponto de vista traduza de uma forma muito prática aquilo que na obra em questão está contido, por exemplo: para O Estrangeiro de Camus a palavra escolhida foi Indiferença. Creio que este livro serviria perfeitamente para dar a conhecer a alguém o significado da palavra Vingança.
Primeiramente é nos dado a conhecer um pouco da vida anterior do personagem principal, Michael Rogan, antes do acontecimento à volta do qual gira o enredo - a tortura e a tentativa de homicídio sobre ele cometidas, e é sobre os seus agressores que Rogan nutre esse sentimento de vingança e mesmo ódio, para com alguns deles. Michael Rogan sempre fora, desde muito novo, um menino diferente, dotado de características que o levaram a frequentar o ensino especial, visto ter capacidades claramente superiores quando comparadas às dos seus colegas. Essas particularidades de Rogan levaram a que viesse mais tarde a ingressar nos Serviços Secretos, na sua busca por alguma aventura numa fase da sua vida em que era disso que precisava. Nem ele, nem ninguém, podiam imaginar aquilo que lhe aconterecia...
Como já deu para perceber, trata-se de um thriller criminal/policial, género pelo qual começo a ter uma certa queda e pelo qual muito provavelmente passarão as minhas próximas leituras.
Uma leitura excelente, de um autor que espero repetir várias vezes e que recomendo sem quaisquer reservas!
Fernando
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Citações #5
«Todos eles tinham desempenhado os seus respectivos papéis muito bem. Conseguiram enganá-lo o tempo todo. Contudo, falharam apenas numa única coisa: não o tinham matado. E agora era a sua vez.»
Seis Campas até Munique, Mario Puzo
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