quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Citações #21

«Usámos o corpo um do outro como gratificação, apetece-me dizer: embora isto seja menos e mais do que verdadeiro. Porque a verdade é que, de repente, eu deixara de a conhecer e ela se encontrava perdida noutro lugar qualquer.»

Anatomia dos Mártires, João Tordo

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo (Millenium 2) - Stieg Larsson


Título: A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo 
Autor: Stieg Larsson
Nº de Páginas: 623
Editora: Oceanos - Bis Leya

Sinopse: «Depois de uma longa estada no estrangeiro, Lisbeth Salander regressa à Suécia, cede o pequeno apartamento onde vivia  à sua amiga Miriam Wu, e instala-se luxuosamente numa zona nobre da cidade. Pela primeira vez na vida é economicamente independente, mas cedo percebe que o dinheiro não é tudo: não tem amigos nem família e está só. 
Mikael Blomkvist, que tentara contactar Lisbeth Salander durante meses, sem sucesso, desiste e concentra-se no trabalho. À Millenium chegou material para uma notícia explosiva: o jornalista Dag Svensson e a sua companheira Mia Johansson entregam na editora dois documentos que provam o envolvimento de personalidades importantes numa rede de tráfico de mulheres para exploração sexual. Quando Dag e Mia são brutalmente assassinados, todos os indícios recolhidos no local do crime apontam um suspeito: Lisbeth Salander. O seu passado sombrio e pouco convencional não abona a favor da sua imagem e a polícia move-lhe uma perseguição implacável. Lisbeth Salander, que está disposta a romper de vez com o passado e a punir aqueles que a prejudicaram, tem agora de provar a sua inocência e só uma pessoa parece disposta a ajudá-la: Mikael Blomkvist que, apesar de todas as evidências, se recusa a acreditar na sua culpabilidade.»

Penso que este foi o livro que me fez sentir, pela primeira vez, a curiosidade que engloba toda uma trilogia; a forma como a narrativa propositadamente se divide, de modo a deixar aquela réstia de ansiedade em relação a uma determinada personagem ou acontecimento é, na minha opinião, uma receita muito boa para este género de thriller. E que thriller!
Foi também nesta segunda parte que concluí que gosto muito mais de Lisbeth; a sua frieza e brutalidade em contraste com a bondade que oferece às - poucas - pessoas em quem confia formam o ponto de equilíbrio para uma personagem hiper cativante e imprevisível. Virei página a página, desejoso de a puder encontrar no próximo parágrafo, tal era a ansiedade de descobrir o que se passava naquela mente, simultâneamente dotada e implacável. Senti nela uma confiança tal que, independentemente do género de ameaça que lhe aparecesse, sabia que iria safar-se. A certo ponto senti-me incapaz, pois fui invadido por uma vontade colossal de ajudá-la, até voltar a cair em mim e bater de cara no meridiano que separa a realidade da ficção, divisão essa que consigo ver cada vez menos nitidamente. Gostei deste livro principalmente por ter mais suspense que o primeiro, entre vários outros aspectos que me conseguiram deixar à beira das insónias, absorto de tudo o resto e com muita, muita vontade de continuar a ler...


A Sinopse


Deparei-me, agora mesmo, durante uma das muitas voltas que dou por um par de blogs de opinião literária, com uma notícia que me deixou com água na boca  está disponível a sinopse do novo livro de João Tordo que, ao que parece, será editado muito em breve pela Dom Quixote. Estou curiosíssimo!

Sinopse
Depois de treze anos de vida desregrada no Québec, Hugo, um contrabaixista de jazz, decide tirar um «ano sabático» e regressar a Lisboa, onde espera reencontrar o equilíbrio junto da família. Porém, logo numa das primeiras noites, assiste ao concerto de Luís Stockman – um pianista que se tornou recentemente famoso –, e a almejada paz transforma-se no pior dos pesadelos: Stockman toca um tema inédito que Hugo conhece bem demais, pois é o mesmo que vem escrevendo há anos na sua cabeça…
Quando o começam a confundir na rua com o pianista – e a própria mãe lança a dúvida sobre a sua identidade –, Hugo encetará uma busca obsessiva da verdade e do seu duplo, entrando num labirinto de memórias e contradições que o conduzirá a um destino muito mais funesto do que imaginara ao deixar Montreal. É nessa mesma cidade que Stockman desaparecerá, curiosamente, mais tarde, segundo nos conta o seu melhor amigo – o narrador deste romance – a quem cabe agora desmontar os acontecimentos, destrinçar fantasia e realidade e enfrentar as assustadoras e macabras coincidências que unem, como num espelho, a vida dos dois músicos.

Fonte