quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Os meus 5


Peço desculpa pela falta de informação sobre críticas recentes aqui no blog, mas devo dizer-vos que tenho uma desculpa plausível, nomeadamente a falta de tempo. É difícil conjugar um horário quando se estuda e trabalha ao mesmo tempo, mas quero desde já dizer aos visitantes do blog (se ainda existirem alguns) que o encerro do mesmo não está sequer em questão. Dito isto, volto ao assunto que me fez finalmente voltar a estas bandas - apresentar-vos os meus 5 livros preferidos. Embora sejam todos eles muito diferentes, são para mim de um conjunto perfeito, capaz de dizer assim; "Isto é Literatura para mim!". E para os que, devido à qualidade da fotografia, se estão a perguntar que letrinhas pequeninas serão aquelas...abaixo vos deixo uma legenda dos mesmos:

- Ensaio Sobre a Cegueira, José Saramago
- O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde
- Os da Minha Rua, Ondjaki
- 20 000 Léguas Submarinas, Júlio Verne
- Hotel Memória, João Tordo

Cumprimentos e desejos de boas épocas festivas para todos vós,

Fernando

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Lua de Joana - Maria Teresa Maia Gonzalez


Título: A Lua de Joana
Autor: Maria Teresa Maia Gonzalez
Nº de Páginas: 157
Editora: Editorial Verbo
Preço: 6,35€



Sinopse: «Ao lermos A Lua de Joana, não podemos deixar de pensar na forma como, muitas vezes, relegamos para segundo plano aquilo que é realmente importante na vida.
Porque este livro nos alerta para a importância de estarmos atentos a nós e ao outro, e de sermos capazes de, em conjunto, percorrer um caminho que conduza a uma vida plena...
Não deixe de o ler!»


Este é, sem dúvida, um dos livros juvenis de maior sucesso publicados em Portugal. Maria Gonzalez é, entre outros, autora de obras conhecidas do grande público, como por exemplo O Guarda da Praia e a saga O Clube das Chaves, que chegou mesmo a ser adaptada para a televisão. Esta é sem dúvida uma das autoras que serviu me serviu de elo de ligação entre as leituras de banda desenhada e a literatura mais adulta, sendo que livros como este e outros da sua autoria foram perfeitos para me catapultar para aquilo que leio hoje em dia (para muitos terá sido também o caso da colecção Uma Aventura).


Este livro é totalmente constituído por cartas, cartas que Joana escreve em forma de diário a comunicar à falecida amiga Marta as aventuras e desventuras da sua adolescência solitária, pois é parte de uma família muito ocupada, maioritariamente por razões profissionais, que acabam por não reparar nos seus problemas.
É o relato do luto de Joana para com o falecimento da sua melhor amiga, Marta, que padeceu de uma overdose durante a adolesência. Joana, que sempre tinha sido uma rapariga muito consciente, na escola e fora dela, acaba por ir parar aos mesmos caminhos por onde Marta tinha passado, o mundo das drogas. Joana, que não perdoava a amiga por aquilo em que se tinha tornado, acabou por cair no mesmo erro, o que a levou a ter uma melhor percepção daquilo que a amiga passou e a finalmente perdoa-la.
Esta história tem uma mensagem principal muito explicita, os danos das causados pelo consumo de drogas, e têm depois algumas outras mensagens dispersas pelo livro, como os efeitos de uma paternidade desatenta, o que torna este pequeno livro num grande companheiro para toda a vida, pois contém mensagens que embora sejam de uma simplicidade clara como a água, são também muito fortes.

Esta leitura veio no âmbito do post "Re-leituras", que para os menos atentos ao blog é um post onde divulgo uma lista de obras que tinha já lido e que estavam na minha estante, mas que não tinham uma opinião formada escrita aqui no blog, por isso resolvi fazer uma releitura geral de algumas dessas obras e, pouco a pouco ir postando aqui as minhas críticas.

Cumprimentos,

Fernando

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Parabéns José Saramago!


Caso fosse vivo, José Saramago celebrararia hoje o seu octogésimo oitavo aniversário. O primeiro, e único até ao momento, prémio nobel da literatura de língua portuguesa, é o autor de obras célebres, entre as quais; 
Ensaio Sobre a Cegueira (1995)
O Homem Duplicado (2002)
As Intermitências da Morte (2005).

Por esta altura estão a ser feitas bastantes homenagens ao autor um pouco por todo o lado, das quais quero destacar a atribuição do seu nome a uma sala da Biblioteca Municipal de Lisboa - Palácio Galveias. Quero aproveitar para pedir aos visitantes do blog que leiam José Saramago, pois na minha opinião não existe homenagem maior que essa.

Penso ser a ocasião perfeita para vos dizer, aos visitantes do blog, que este é o meu escritor preferido, e que é este o autor do meu livro preferido de sempre (Ensaio Sobre a Cegueira).

José Saramago vive e viverá sempre na memória de leitores como eu, que adoram os seus livros e que os irão eternizar nas suas memórias.

Fernando

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Citações #4

«Tenho uma gaveta cheia de relógios, quase todos oferecidos por um pai que nunca chega a horas...»
 
A Lua de Joana, Maria Teresa Maia Gonzalez

terça-feira, 9 de novembro de 2010

20 000 Léguas Submarinas - Júlio Verne


Título: Vinte Mil Léguas Submarinas
Autor: Júlio Verne
Nº de Páginas: 432
Editora: Europa-América - Colecção Grandes Obras
Tradutor: M. de Campos
Preço: 7,56 €

Sinopse: « Todas as Marinhas de Guerra tinham ordem para abater o monstro... Mas, como a água entre os dedos da mão que se aperta para a reter, assim ele escapava a todas as perseguições, ora navegando a velocidades incríveis à superfície das águas, ora desaparecendo num ápice tragado pelas voragens do abismo...

ERA O NAUTILUS - o primeiro submarino, que nunca existiu senão na fantasia de um homem...

A bordo dele, o estranho capitão Nemo reina sobre as profundezas do mar como senhor absoluto dum reino mais vasto que todos os impérios, mais rico que todos os tesouros, mais belo que tudo quanto se pode imaginar. E, sobretudo, tão oculto e inacessível que nunca os olhos do homem seu inimigo o poderiam macular com a cobiça.

Um prodígio da imaginação!
Uma obra-prima de antecipação cientifica!
Uma criação que se conta entre as melhores dum autor cujo nome desafia o tempo.

«De todos os romances de Júlio Verne, 20 000 Léguas Submarinas é um daqueles em que o seu sentido de antecipação científica se revelou mais profético.»

Este livro pertence à colecção de grandes obras da editora Europa-América, e que melhor definição para classificar este livro do que essas duas simples palavras; grande obra. Tinha uma ideia pré-concebida daquilo que supostamente seriam os livros de Júlio Verne, ou seja, histórias angustiantes que muitas vezes tinham a Natureza como pano de fundo. Estava à espera de um bom livro, não desta obra extremamente bem contada que veio imediatamente colocar-se na lista dos meus livros favoritos.

20 000 Léguas Submarinas é a história surreal do primeiro submarino alguma vez inventado, ironicamente tomado por um gigante crustáceo, consequentemente perseguido ferozmente.
Baleias, navios, mortes, a atlântida, minas submarinas, náufragos, destroços...tudo isto e muito mais está interligado nesta maravilhosa obra-prima da literatura de ficção-cientifica.

Desejo muito poder explorar a obra de Júlio Verne, pois o seu sentido profético de escrita despertou em mim um interesse enorme de o fazer.

Aconselho vivamente.

Fernando

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Próximos Alvos


Entre as enumeras páginas da minha wishlist estão algumas palavras destacadas. Essas palavras são os nomes dos livros que pretendo comprar num futuro próximo e os nomes dos respectivos autores.
Livros esses que, com muita pena minha só serão adquiridos quando em casa não tiver mais livro nenhum por ler, o que é certo que vai demorar algum tempo, pois tenho mais de duas dezenas de obras em casa à espera nas estantes.
E dito isto, aqui fica a lista dos meus próximos alvos, que decidi reduzir a apenas cinco (os que estão a negrito na minha wishlist por serem os que considero de leitura mais "urgente"):

- Memorial do Convento, José Saramago
- Três Homens Num Bote, Jerome K. Jerome
- Mensagem, Fernando Pessoa
- A Sul da Fronteira, A Oeste do Sol, Haruki Murakami
- 1984, George Orwell

sábado, 30 de outubro de 2010

As Intermitências da Morte - José Saramago

Título: As Intermitências da Morte
Autor: José Saramago
Nº de Páginas: 231
Editora: Leya - Colecção Bis
Preço: 5,95 €

Sinopse: « «No dia seguinte ninguém morreu. Assim começa este romance de José Saramago. Colocada a hipótese, o autor desenvolve-a em todas as suas consequências, e o leitor é conduzido com mão de mestre numa ampla divagação sobre a vida, a morte, o amor, e o sentido, ou a falta dele, da nossa existência.»

Depois de ler Ensaio sobre a Cegueira e O Homem Duplicado, as expectativas estavam altas em relação ao que podia ler no futuro de José Saramago. Depois de ler este terceiro livro do autor, posso dizer que muito provavelmente encontrei o meu escritor preferido. E engane-se quem pensa que o digo englobando apenas escritores de língua portuguesa, pois digo-o a nível mundial.
Saramago tornou-se aos poucos num daqueles autores  de quem pretendo ler a obra completa, ou pelo menos grande parte dela - assim como Eça de Queirós ou Tolstói, por exemplo- o que revela todo o meu fascínio pela sua escrita.

Nesta obra em concreto, Saramago escreve na sua maneira típica, uma narrativa inverosímil com uma mensagem muito terrena, repleta de críticas às mais diversas identidades e grupos sociais (como é o caso da igreja).

Num país onde a morte deixa de operar desde o primeiro dia do ano, os seus cidadãos tornam-se num povo feliz e até invejado pelos habitantes dos restantes países. Algo que não dura muito, pois passado pouco tempo começam a surgir as verdadeiras consequências de tal acontecimento; amontoam-se os doentes terminais, a quem a morte não vem buscar como fazia antigamente, algumas industrias sofrem um abalo descomunal - como por exemplo a indústria funerária, que já não tendo ninguém para enterrar teve de se contentar com o enterro de animais domésticos. Acontecimento que por conseguinte leva a que algumas famílias opte por passar a fronteira limítrofe com os seus entes queridos, matando-os de imediato, acto que depois viria a ser desempenhado pela máphia local a troco de dinheiro.
Ironicamente, a morte regressa ao activo levando o país bastardo de volta à normalidade.
O livro tem um desfecho incrivelmente surpreendente, digo-o desta maneira para não estragar a leitura de uma obra que tanto prezo, embora as minhas reviews/opiniões/críticas contenham sempre spoilers (pois também acho que faz parte de uma boa crítica adoçar a boca aos leitores da mesma com um pouco do que de positivo ou negativo tem o livro em questão).

Da minha humilde percepção e ponto de vista, Saramago quis com esta obra mostrar que até a morte é parte importante e até mesmo essencial para o desenrolar da vida "normal" de uma sociedade, sendo que consegue também mostrar o valor da vida, tantas vezes menosprezado e esquecido.

Este autor fascina-me a cada palavra lida, a cada frase, a cada página, com uma escrita inconfundível onde se reflecte um espírito superior ao dos demais autores. José Saramago para mim não é apenas um escritor, mas sim o escritor. Sinto um misto de vários sentimentos ao pensar nas tantas obras que tenho ainda para ler deste autor; sinto pressa e uma vontade enorme de explorar a sua obra até à ultima gota, sinto uma alegria enorme por saber que tenho ainda mais de uma dezena de obras suas para ler mas ao mesmo tempo sinto alguma tristeza por saber que essa mesma lista de obras nunca mais será aumentada

Sinceramente, quando penso em José Saramago sinto orgulho por se tratar de um autor português e sinto uma espécie de pena misturada com vergonha pelo modo como foi tratado por vezes no nosso país, que o levou a isolar-se em Espanha, pois embora tenha sido claramente uma opção pessoal, penso que deve ter sido com grande mágoa que abandonou a sua pátria.

Memorial do Convento, Objecto Quase e Todos os Nomes, são agora as obras do autor que almejo ler num futuro que espero ser o mais próximo possível. O que é algo contraditório, pois neste momento encontro-me em fase de Stop no que toca a comprar livros, pois tenho nas minhas estantes dezenas de livros por ler que decidi não atrasar mais, o que faz com que só volte a ler autores pelos quais me tenho apaixonado daqui a algum tempo.

Aconselho vivamente quem nunca leu José Saramago a experimentar e penetrar nos confins da sua obra, pois têm muito por onde escolher, sendo que daquilo que conheço aconselharia O Homem Duplicado como o livro ideal para se começar a ler este autor. Valorizem aquilo que de melhor temos no nosso país.

Boas leituras,

Fernando

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Colecção de Livros Com a Revista Visão


Como é habitual, a Visão lança mais uma colecção de livros de venda conjunta com a revista. Desta vez o tema é relacionado com livros que originaram filmes, já se sabe que está todas as quintas feiras nas bancas portanto resta-me apenas dizer que a colecção começa dia 4 de Novembro com o livro «Este País não é Para Velhos, de Cormac McCarthy. Abaixo deixo-vos a lista completa das obras que integram a colecção e o respectivo dia de lançamento para as bancas:

4 de Novem­bro: Este País Não É Para Velhos, Cor­mac McCarthy
11 de Novem­bro: Eu Sou a Lenda, Richard Mathe­son
18 de Novem­bro: Casino Royale, Ian Fle­ming
25 de Novem­bro: Mil­lion Dol­lar Baby, F.X. Toole
2 de Dezem­bro: O Estra­nho Caso de Ben­ja­min But­ton, F. Scott Fitz­ge­rald
9 de Dezem­bro: Pre­ci­ous, Sapphire

Cumprimentos,

Fernando

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Memória das Minhas Putas Tristes - Gabriel García Márquez


Título: Memória das Minhas Putas Tristes
Autor: Gabriel García Márquez
Nº de Páginas: 90
Editora: Leya - Colecção Bis
Preço: 5,95 €

Sinopse: «No ao dos meus noventa anos quis oferecer a mim mesmo uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei-me de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar os seus bons clientes quando tinha uma novidade disponível. Nunca sucumbi a essa nem a nenhuma das suas muitas tentações obscenas, mas ela não acreditava na pureza dos meus princípios. A moral também é uma questão de tempo, dizia com um sorriso maligno, tu verás.»

Em Memória das Minhas Putas Tristes fala-se de amor, um amor que surge de forma inesperada quando ao perfazer os seus 90 anos de existência o narrador decide presentear-se com uma noite de sexo com uma adolescente virgem. É nessa prometida noite que o narrador conhece a jovem por quem acaba por se apaixonar, mesmo nunca tendo falado com ela ou sequer visto-a acordada, pois todos os seus encontros se deram com a jovem a dormir. Esta é uma estória bastante interessante que me levou a pensar sobre as várias formas de amor platónico, e esta é certamente uma das mais caricatas, pois os seus dois integrantes são uma bela adormecida que durante todos os encontros está a dormir e um nonagenário que apesar da idade ainda se sente bem de saúde e que escreve uma rubrica jornalística, que é basicamente tudo aquilo que faz da vida, até ao dia em que conhece a bela jovem.

Esta é a segunda obra que leio de Gabriel García Márquez, sendo que a primeira foi «Ninguém Escreve Ao Coronel», que é também uma pequena novela e que à semelhança desta tem poucas páginas, aproveito para dizer que posteriormente será publicada a minha opinião dessa mesma obra aqui no blog. Estas duas pequenas novelas serviram para me apresentar à escrita de García Márquez, que em pouquíssimas páginas conseguiu apaixonar-me e querer ler algo mais da sua autoria. Sei que no seu reportório figuram obras de outro tipo, do género de livros que estou habituado a ler e é isso que vou procurar, pois tenho lido opiniões bastante interessantes acerca de romances como "O Outono do Patriarca", "O Amor em Tempos de Cólera" e do tão aclamado "Cem Anos de Solidão", que já estou para ler há já algum tempo.

Espero com ansiedade o dia em que volte a ler algo deste escritor, algo maior do que aquilo que tenho lido.

Cumprimentos,

Fernando

Ah, a Literatura!

Boas notícias para aqueles que - como eu - não têm Meo e por conseguinte não têm o canal Q, agora já pudemos ver o mais recente programa televisivo de cariz literária através da Internet. O programa «Ah, a Literatura!», já tem blog. Abaixo fica o link, e aproveito para vos aconselhar a verem mesmo os programas mais antigos - os dois primeiros - pois foram ambos muito bons, na minha humilde opinião, é claro.
Para quem não sabe, o programa dá semanalmente no canal Q e é apresentado por Catarina Homem Marques e Pedro Vieira, a quem eu quero desde já dar os parabéns pelo belo programa que fazem.
Aproveitem.

Link: http://ahaliteratura.blogs.sapo.pt/

Cumprimentos,

Fernando

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Citações #3

« - Gosta do mar, capitão.
   - Sim! Amo-o! O Mar é tudo! Cobre sete décimos do globo terrestre. O seu ar é puro e sadio. É o imenso deserto em que o homem nunca está só, porque sente a vida por todos os lados. O mar não é mais que o veículo duma existência sobrenatural e prodigiosa; não é mais que movimento e amor; é o infinito vivo, como disse um dos vossos poetas.»
20 000 Léguas Submarinas, Júlio Verne

domingo, 17 de outubro de 2010

Visionários

Visionários é um documentário sobre os pais da ficção cientifica - Júlio Verne e H. G. Wells - onde pudemos verificar factos simplesmente extraordinários, como o facto de ambos os escritores terem escrito por volta do Séc. XIX obras sobre viagens à lua, máquinas do tempo, e engenhos submarinos, factos esses que têm vindo a tornar-se realidade ao longo do tempo. Decidi colocar este documentário aqui no blog para que quem o visita fique a conhecer mais sobre o autor da obra que de momento estou a ler - Vinte Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne - pois acho também que é uma boa maneira de cativar a atenção dos visitantes para estes conhecidos (não tanto como deveriam ser, infelizmente) profetas da literatura de ficção cientifica. Apreciem.


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Boas leituras,

Fernando

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Revista Bang!


«A Bang! 7, que regressara ao formato impresso depois de uma temporada em digital, revelou-se aquém das expectativas em termos de recepção do público e vendas. Muitos culparam a falta de distribuição, o facto de estar disponível apenas por venda online no nosso site, o preço, etc.

E de facto, todas essas circunstâncias, e mais alguma, contribuíram para que as nossas expectativas não fossem cumpridas.

Por isso, havia dois caminhos a seguir: continuar pelo mesmo caminho que iria eventualmente conduzir à revista Bang! de novo em formato digital, ou tentar algo de novo e mais ambicioso, mas desta vez tudo feito pela equipa da editora. O editor surgiu com um plano e fez a proposta para um novo parceiro, proposta essa que levou tempo a ser negociada, enquanto tudo era mantido no segredo dos deuses.

Agora podemos começar a divulgar os factos: o novo parceiro da revista Bang é a rede de livrarias Fnac. Significa que a revista será distribuída exclusivamente na Fnac. Além disso, a nova revista Bang! será não só distribuída, mas publicitada nas livrarias.

Isto significa o quê?  Terá uma tiragem de 8000 exemplares e será colocada num expositor próprio da revista junto à secção de literatura fantástica das Fnacs do país inteiro. A revista irá ser em formato A4, com miolo a cores e terá 64 páginas, com publicação trimestral.

Não haverá preço. A revista será inteiramente gratuita. Qualquer pessoa pode pegar na revista e levá-la à casa, sem comprar livros. Está confirmada a sua presença nos eventos de Novembro, Colóquio Mensageiros das Estrelas e Fórum Fantástico, e será distribuída gratuitamente na compra de livros no site da SdE e na fnac.pt (apenas em livros de literatura fantástica). O site da SdE e a fnac.pt irá também disponibilizar uma versão PDF.

Os conteúdos tentarão ser abrangentes, embora 64 páginas imponham um limite à nossa imaginação. Para esta edição, podem contar com contos inéditos de autores estrangeiros e nacionais, ensaios e textos de várias personalidades do fantástico português e não só, banda-desenhada, críticas, sugestões de livros, uma rubrica chamada Távola Redonda que, nesta edição, constitui um conjunto de entrevistas sobre uma determinada temática. Os conteúdos não se limitam a material da Saída de Emergência. Na próxima semana, iremos começar a revelar excertos da revista.

Se desejam colaborar com a revista podem fazê-lo. A revista não está fechada a colaboradores convidados, pelo contrário, queremos mais do que tudo novos colaboradores mas que respeitem os nossos critérios editoriais exigentes. Os leitores terão indicações na revista de como enviar ficção e não-ficção (ensaios, críticas literárias, até entrevistas podem ser submetidas), mas as submissões terão que ser previamente aprovadas pelo departamento editorial da revista.

Temos consciência que passámos de 8 para 80 mas tem sido um projecto no qual numa coisa mantivemos a coerência: em cinco anos nunca desistimos, sempre tentando cumprir as nossas expectativas e as dos nossos leitores, de uma forma ou outra.

Para finalizar, não queremos deixar de agradecer a Fnac pelo apoio e por ter acreditado neste projecto, e aos nossos leitores que têm possibilitado o crescimento e sucesso da literatura fantástica.»

Fonte: http://saidaemergencia.blogs.sapo.pt/

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Capitães da Areia - Jorge Amado


Título: Capitães da Areia
Autor: Jorge Amado
Nº de Páginas: 280
Editora: Leya - Colecção Bis
Preço: 5,95 €

Sinopse: «Capitães da Areia é o livro de Jorge Amado mais vendido no mundo inteiro. Publicado em 1937, teve a sua primeira edição apreendida e queimada em praça pública pelas autoridades do Estado Novo.
Em 1944 conheceu nova edição e, desde então, sucederam-se as edições nacionais e estrangeiras, e as adaptações para a rádio, televisão e cinema.
Jorge Amado descreve, em páginas carregadas de grande beleza e dramatismo, a vida dos meninos abandonados nas ruas de São Salvador da Bahia, conhecidos por Capitães da Areia.»

A narrativa começa com a transcrição de várias notícias de jornal nas quais se falam de grupos de crianças abandonadas que andam a apavorar as ruas da Bahia numa onda de assaltos, e é sobre essas mesmas crianças e adolescentes que esta obra nos fala, nomeadamente de um grupo organizado de crianças, os Capitães da Areia, como se auto intitulam. Os Capitães da Areia são um grupo constituído por dezenas de crianças e adolescentes, liderados por Pedro Bala, de quem as autoridades só sabem que tem uma cicatriz no rosto e que é o mais perigoso de todos eles. O pai de Pedro era um grevista que morreu durante uma greve, era um líder e Pedro herdou isso do pai, o seu pai - o Loiro, era o líder dos grevistas, Pedro é o líder dos Capitães da Areia. Durante o livro vamos descobrindo pormenores das vidas de vários membros dos Capitães da Areia. Descobrimos que o Sem-Pernas foi surrado por policias enquanto o seu superior observava, descobrimos que Volta-Seca admira Lampião e que quer ser como ele um dia, descobrimos que Pirulito quer ser padre, para felicidade do padre José Pedro. A obra divide-se por capítulos devidamente dedicados a cada um dos personagens, de modo a que o leitor conheça melhor cada um deles, sendo que também existem capítulos onde surgem vários dos Capitães da Areia a actuarem em conjunto, demonstrando o seu companheirismo, as regras pelas quais se regem e a sua arte - a arte do roubo.


Quem conhece a situação que se vive actualmente no Brasil sabe que existem muitos meninos abandonados por toda a parte, já oiço falar disso desde o tempo dos arrastões - assaltos praticados por bandos de crianças e jovens nas praias brasileiras. Para além da problemática criminal proveniente das favelas, existe também uma onda de crimes praticados por crianças das cidades, crianças que habitam em lugares desumanos como barcos virados do avesso nos areais ou armazéns abandonados perto dos portos marítimos. Jorge Amado aborda um assunto que na minha opinião nunca foi tão actual, pois cada vez à mais crianças abandonadas por todo o Brasil. Apesar do livro ter sido publicado pela primeira vez em 1937, tendo sido essa edição apreendida e queimada em praça pública, Capitães da Areia é de uma actualidade arrepiante, algo que na minha humilde opinião diz muito de Jorge Amado.


Trata-se de uma obra constituída por uma escrita simples, com uma mensagem de companheirismo e absolvição da culpa dos meninos abandonados. Penso que a mensagem principal de Jorge Amado nesta obra era mostrar que os "meninos ladrões" não têm culpa da vida que levam, elas simplesmente não tiveram outra escolha.
 
Sem ter uma razão em especial, posso dizer-vos que Jorge Amado é um daqueles escritores que ainda mesmo sem ter lido qualquer obra sua já em mim morava um enorme fascínio por ele (assim como García Marquez, Pepetela ou Eça de Queirós). Esse fascínio precoce geralmente tem sido bem correspondido, pois devo dizer que normalmente quando pego num livro de um desses escritores o devoro em pouquíssimo tempo...só posso desejar ler Jorge Amado em breve.

Não posso deixar de recomendar esta obra a todos os visitantes do blog, pois creio que vos fará pensar duas vezes acerca de certas situações com que nos deparamos no dia-a-dia. Eu pelo menos senti isso, de cada vez que saí à rua depois de ler esta obra, em relação à pobreza que me é esfregada na cara por todo o lado.
Leiam que não se vão arrepender.

Cumprimentos,

Fernando

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nobel da Literatura 2010

Todos nós sabemos o peso que tem este prémio na carreira de um escritor, e não devia de ser por menos pois afinal de contas trata-se do maior prémio a nível mundial para galardoar um autor. O Vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 2010 é Mario Vargas Llosa, escritor peruano de 74 anos de idade de quem ainda não tive o prazer de ler qualquer obra, sendo que tenho uma à espera de ser lida à bastante tempo, trata-se de Os Cadernos de Dom Rigoberto, livro integrante da Biblioteca Sábado da revista homónima, que agora com certeza passarei à frente de outras obras que tenho à espera de ser lidas, digamos que em honra do autor chileno. Parabéns Sr. Mario Vargas Llosa!

Abaixo fica a notícia completa da fonte desta informação:


«Mario Vargas Llosa vence o prêmio Nobel de Literatura


O escritor peruano Mario Vargas Llosa, 74 anos, é o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2010, anunciou hoje a Academia Sueca. Llosa é autor de obras como "Pantaleão e as Visitadoras", "A Festa do Bode" e "A Casa Verde", e foi o vencedor do Prêmio Cervantes, o mais importante da literatura em língua espanhola, em 1994. "Travessuras da Menina Má" é seu último trabalho, lançado em 2006.
Segundo comunicado, Vargas Llosa recebeu o prêmio "por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual". Peter Englund, presidente do comitê de literatura do Nobel, disse que o escritor ficou "muito comovido e entusiasmado" ao saber da escolha. O reconhecimento do Nobel vem acompanhado de uma soma em dinheiro no valor de R$ 2,7 milhões. Em 2009, o prêmio foi dado à escritora alemã Herta Müller, 12ª mulher a vencer o Nobel de Literatura. Em 2008 foi a vez de Jean-Marie Gustave Le Clézio e em 2007, Doris Lessing.
Ao longo de sua carreira, Llosa recebeu inúmeros prêmios e condecorações como o Premio Rómulo Gallegos (1967), o Prêmio Nacional de Novela do Peru em 1967 por seu romance "A Casa Verde", o Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha (1986) e o Prêmio da Paz de Autores da Alemanha, concedido na Feira do Livro de Frankfurt (1997). Em 1993 foi concedido o Prêmio Planeta por seu romance "Lituma nos Andes". Foi condecorado pelo governo francês com Medalha de honra en 1985.
Mario Vargas Llosa, que leciona na Universidade de Princeton, em Nova York, virá ao Brasil na próxima quinta-feira (14) para participar do evento Fronteiras do Pensamento, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

Conheça as obras do escritor

Ficção
Os Chefes (1959)
A Cidade e os Cachorros (1963)
A Casa Verde (1966)
Conversa na Catedral (1969)
Pantaleão e as Visitadoras (1973)
Tia Júlia e o Escrevinhador (1977)
A Guerra do Fim do Mundo (1981)
Historia de Mayta (1984)
Quem Matou Palomino Molero? (1986)
O Falador (1987)
Elogio da Madrasta (1988)
Lituma nos Andes (1993).
Os Cadernos de Dom Rigoberto (1997)
A Festa do Bode (2000)
O Paraíso na Outra Esquina (2003)
Travessuras da Menina Má (2006)

Teatro
A Menina de Tacna (1981)
Kathie e o Hipopótamo (1983)
La Chunga (1986)
El Loco de los Balcones (1993)
Olhos Bonitos, Quadros Feios(1996)

Ensaio
García Márquez: historia de un deicidio (1971)
Historia secreta de una novela (1971)
La orgía perpetua: Flaubert y Madame Bovary (1975)
Contra viento y marea. Volúmen I (1962-1982) (1983)
Contra viento y marea. Volumen II (1972-1983) (1986)
La verdad de las mentiras: Ensayos sobre la novela moderna (1990)
Contra viento y marea. Volumen III (1964-1988) (1990)
Carta de batalla por Tirant lo Blanc (1991)
Desafíos a la libertad (1994)
La utopía arcaica. José María Arguedas y las ficciones del indigenismo (1996)
Cartas a un novelista (1997)
El lenguaje de la pasión (2001)
La tentación de lo imposible (2004)»

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Frase, Concurso Literário

Como manda a tradição no Fórum Portugal Creative, e o mês de Outubro não é excepção, inicia-se hoje mais um Concurso Literário, com a diferença de que desta vez temos o apoio da Chiado Editora que fornecerá os prémios para os 3 vencedores.

O concurso consiste no lançamento de uma frase, normalmente de famosos (retirada de um livro ou de um filme), na qual os participantes, que só a saberão depois de terminadas as inscrições, terão que escrever um texto em que a temática ou a frase esteja subjacente ou incluída.
Os textos deverão ser enviados para portugalcreative@gmail.com para que o jurado, composto por um membro do STAFF do Portugal Creative e um membro convidado do STAFF do Segredo dos Livros, FBeatriz, possa ler e avaliar.

Datas e Prazos:
 01.10.2010 a 08.10.2010 - Inscrições (todos interessados).
09.10.2010 - Apresentação da frase.
10.10.2010 a 30.10.2010 - Entrega dos textos.
Tolerância: Serão aceites textos até 48 horas após data limite de entrega.
Regulamento:

Tema - Frase dada
Limite de folhas - 5 páginas A4 com 1 de tolerância
Tamanho e tipo de letra - 11 se Arial; 12 se for Times New Roman
Espaçamento - 1,15
Título - obrigatório
Formato de ficheiro - *.doc ou *.docx
Critérios de avaliação:

Ortografia - 10 pontos
História (50 pontos)
  • Originalidade, gosto pessoal, enredo, personagens - 30 pontos
  • Frase - 20 pontos*
Forma do texto (40 pontos)
  • Organização do texto - 15 pontos (parágrafos, excesso de discurso ou de narrativa, falta de introdução, desenvolvimento, conclusão, ou de ligação de ideias)
  • Linguagem - 15 pontos
  • Título - 10 pontos

*ATENÇÃO!!!!! NÃO É OBRIGATÓRIO o uso da frase explicitamente no texto. Ou seja, o tema é a frase, o enredo tem de estar à volta da frase MAS podem não pôr ninguém a dizer a frase. Aqueles 20 pontos serão atribuídos com base neste pressuposto.

Prémios:
1º Lugar - 1 exemplar do livro 24 Hora a Hora, 1 exemplar do livro Um Vida Como Tantas Outras e 1 marcador de páginas
2º Lugar - 1 exemplar do livro 24 Hora a Hora e 1 marcador de páginas
3º Lugar - 1 exemplar do livro 24 Hora a Hora

A Não Esquecer:
- Ser seguidor (facultativo)
- Enviar dados (nome completo e e-mail válido) (obrigatório)

Fonte: http://portugalcreative.blogspot.com

PS: Quero só aproveitar para dizer que este tipo de iniciativa é sempre de louvar. Que venham muitos concursos destes!

PS2: Boa sorte aos participantes!

Cumprimentos, Fernando

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Citações #2

«Sua vida era uma vida desgraçada de menino abandonado e por isso tinha que ser uma vida de pecado, de furtos quase diários, de mentiras nas portas das casas ricas. Por isso na beleza do dia Pirulito mira o céu com os olhos crescidos de medo e pede perdão a Deus tão bom (mas não tão justo também...) pelos seus pecados e os dos Capitães da Areia. Mesmo porque eles não tinham culpa. A culpa era da vida.»

Capitães da Areia, Jorge Amado

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Re-leituras

- Hamlet, Shakespeare
- A Lua de Joana, Maria Teresa Maia Gonzalez
- O Guarda da Praia, Maria Teresa Maia Gonzalez
- O Alquimista, Paulo Coelho
- O Habitante do Céu, Jaime Collyer
- Ensaio Sobre a Cegueira, José Saramago
- O Processo, Franz Kafka
- O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde
- Ninguém Escreve ao Coronel, Gabriel García Márquez

O que têm em comum todas estas obras? Todas elas foram lidas por mim entre o encerramento da primeira versão do blog e a abertura da segunda (esta em que agora vos escrevo), e é essa a razão pela qual elas não constam nas Reviews feitas por mim aqui no blog. Sendo algumas delas as minhas obras favoritas de sempre sinto que devo a mim mesmo e aos visitantes do blog opiniões acerca delas publicadas aqui no Travessão. De modo que cheguei à conclusão que vou relê-los e depois sim, fazer as minhas reviews detalhadas de cada um para que vocês fiquem a conhecer alguns dos livros que mais gostei de ler até hoje.

Desejos de boas leituras,

Fernando

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Fogo no Coração - Emma Darcy


Título: Fogo no Coração
Autor: Emma Darcy
Nº de Páginas: 158
Editora: Harlequin Ibéria, S.A.
Preço: 4,70€

Sinopse: «Taylor Maguire sabia que cometera um erro grave ao ajudar Angie Cordell a fugir de Brisbane. Quanto tempo aguentaria uma sofisticada professora numa exploração ganadeira distante e isolada? Todo o corpo de Taylor respondia à presença de Angie, no entanto não podia arriscar a envolver-se no que podia ser uma pequena aventura. O seu filho já sofrera demasiado por causa de uma mulher da cidade e, tal como ele, custava-lhe confiar nos outros. Angie podia dizer as vezes que quisesse que gostaria de ficar lá para sempre, porém o mais importante era que o demonstrasse.»

Angie Cordell é uma professora que lecciona na cidade de Brisbane, na Austrália, e que vendo-se perseguida e atormentada pelo seu ex-namorado que não quer deixá-la, se candidata ao cargo de educadora num rancho, de modo a fugir deste tormento e conseguir alcançar alguma paz de espírito, o que também aconteceu com um amigo seu que fora condenado pela justiça, e posteriormente lhe foram dadas duas escolhas; ou passaria algum tempo num reformatório ou iria trabalhar para um rancho. O amigo de Angie acabou por escolher ir trabalhar para o rancho, colhendo dessa experiência dados muito positivos, o que levou Angie a ver a vida no campo como um refugio para o pesadelo em que a sua vida se tornara, tudo por culpa de Brian.
O dono do rancho, Taylor Maguire, acaba por levar Angie consigo, mesmo não tendo sido ela a sua primeira escolha para ensinar as crianças que lá habitavam (entre elas o seu filho, Hamish), pois sentiu o dever de levar Angie para o rancho quando tomou conhecimento de modo acidental daquilo porque Angie Cordell estava a passar. E é entre estes dois personagens que se desenrola um amor extraordinário, que faz valer muito a pena ler esta obra.

Não estando habituado a este tipo de leitura, devo dizer que foi com uma certa desconfiança que li esta obra, pois trata-se de um verdadeiro romance, no sentido em que quase todo o enredo gira em volta do enlace entre um homem e uma mulher, o que como devem calcular não é novidade nenhuma no mundo literário que eu até agora conheço, o que não conhecia era este tipo de prosa a roçar o erotismo. Este livro em certas passagens é pura sensualidade transcrita para o papel, as páginas transpiram sexualidade, sem deixar, e muito bem, o enredo fugir para aquilo que é digamos "pornografia literária", pois a autora demonstra um enorme controlo sob o rumo da estória, sendo que em determinados pontos do texto pensei que a situação estava a ficar um pouco fora do controlo, e eis que a autora mais uma vez dava a volta por cima e conseguia retomar uma bela estória de amor, que é aquilo a que no fundo se resume este livro.

Trata-se de uma edição "2x1", ou seja, dois livros juntos encadernados num só, sendo que o primeiro é este de que agora vos falo e o segundo é "Era Amor", da mesma autora, que optei por deixar para daqui a algum tempo, de modo a não ter aquilo que eu gosto de chamar uma overdose autorial, e neste caso corria também o risco de me tornar num "ninfomaníaco", tal é a densidade das passagens eróticas contidas nesta obra, a próxima até pode ser bastante diferente mas nunca se sabe e eu prefiro jogar pelo seguro.
:)

Quero aproveitar para dizer que este livro, não sendo uma obra-prima da literatura, que nem sequer pertence ao género de obras que me dêem mais gosto de ler, serviu para vir sublinhar algo que eu já sabia; que os livros têm essa enorme capacidade de nos fazer viver intensamente os actos passados pelas personagens, e é esse um dos motivos pelos quais gosto tanto de ler.

Desejos de boas leituras, do suspeito do costume

Fernando

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Citações

Caros visitantes deste meu canto, onde falo abertamente sobre livros e tudo o que os rodeia, venho desta forma informar-vos do nascimento de uma nova rubrica aqui no blog. Essa rubrica tem o mesmo titulo deste post, Citações, e servirá para eu transcrever das obras que vou lendo aquelas frases que saltam à vista, aquelas que nos fazem voltar atrás para lê-las novamente e reflectir sobre o seu sentido, beleza estética, etc.

Abaixo poderão ler a frase inaugural desta nova rubrica;

Meursault, a propósito do seu quotidiano prisional;

«Assim, quanto mais pensava mais coisas esquecidas ia tirando da memória. Compreendi, então, que um homem que houvesse vivido um único dia poderia sem custo passar cem anos numa prisão. Teria recordações suficientes para não se maçar.» O Estrangeiro, Albert Camus

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Conto por Conto, Alfarroba



«Há a história do gato, do tio, da avó. A história da vizinha, da escola, do autocarro.

Todos os dias há histórias. As que nos acontecem e aconteceram. As que contamos aos nossos amigos e as que fazem apenas sentido lembrar.

E depois há as outras. As que deviam ou podiam ter acontecido. Mas apenas fazem eco nas nossas cabeças, brincando connosco.

Todas estas pequenas histórias merecem ser contadas. Ponto por ponto, conto por conto.

Até 15 Dezembro 2010, envie-nos o seu conto, aquela história que toda a gente devia conhecer.

Os 5 melhores serão editados num livro.

Informações complementares:
- categoria: CONTO
- limite 24 páginas, redigidas em tamanho A4, Arial corpo 12, espaço 1,5
- trabalhos apenas em língua portuguesa
- insc até 15 Dez 2010
- cinco primeiros classificados verão o seu conto publicado em livro pela Alfarroba

Para detalhes, informações e regulamento:

e-mail: geral@alfarroba.com.pt
telefone: 210 998 223»

Fonte: http://alfarroba-blogue.blogspot.com/

sábado, 25 de setembro de 2010

O Estrangeiro - Albert Camus


Título: O Estrangeiro
Autor: Albert Camus
Tradutor: António Quadros
Nº de Páginas: 118
Editora: Livros do Brasil
Preço: 9,00€

Sinopse: «Enriquecida por uma penetrante introdução de Jean-Paul Sartre, esta obra-prima de Albert Camus é de pleno direito incluída na presente colecção, que reúne as mais importantes obras deste autor. O Estrangeiro revelou e consagrou definitivamente Camus como um verdadeiro "clássico" da literatura contemporânea. Romance estranho, desconcertante sob uma aparente singeleza estilística, nele se joga o destino de um homem que viveu a vida de acordo com a sua sensibilidade e a evidência do absurdo de existir.»

O que dizer sobre um romance que nos fala de um homem que acaba de perder a mãe e demonstra sobre esse facto uma enorme indiferença? Um homem que no dia seguinte ao enterro da sua própria progenitora vai à praia, começa um relacionamento amoroso, e vai assistir a um filme de comédia? Eu não sei, mas posso tentar...

Foi com muito gosto que vi as expectativas que tinha em relação a um dos livros que habitavam à mais tempo na minha wishlist serem correspondidas. As boas críticas que tinha lido em relação a esta obra foram a razão principal que me levaram a procurá-la, e algo que me lembro bem em relação a algumas delas é que se falava-se da monstruosa indiferença do personagem principal em relação à morte da sua mãe, pois logo no início percebi que todo o enredo ía andar à volta de tal acontecimento. E foi exactamente isso que encontrei, no inicio do livro fala-se da morte da mãe de Meursault, do deslocamento do mesmo à zona onde seria efectuado o enterro e do seu regresso a casa com nada mais que uma sensação de alívio por se ter finalmente vindo embora. Para não relevar o essencial do enredo, pois acredito que esta seja uma obra de leitura "obrigatória", como se costuma dizer quando se fala de clássicos, opto apenas por vos dizer que a falta de demonstrações afectivas em relação à morte da sua progenitora acaba por condenar Meursault, ao quê? Leiam e descubram por vocês mesmos, garanto-vos que valerá a pena!

Se é possível resumir determinada estória através de uma simples frase, ou mesmo de uma palavra, neste caso a palavra escolhida seria Indiferença.

Tenho já em vista outra obra do autor, A Queda, sobre a qual já tive a oportunidade de ler bons apontamentos, e será provavelmente por aí que se voltará a falar de Camus neste espaço.

Cumprimentos e desejos de boas leituras para todos vós,

Fernando

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Mandarim - Eça de Queirós

Título: O Mandarim
Autor: Eça de Queirós
Nº de Páginas: 95
Editora: Edi9 - Sociedade Editorial de Inovação - Biblioteca Essencial Jumbo
Preço: 1,59€

Sinopse: «Do ponto de vista da evolução literária de Eça de Queirós, O Mandarim representa um momento de mudança: aquele em que o autor abandona a «preocupação naturalista» e se deixa levar pelos «ímpetos de verdadeiro romântico que no fundo era».
Publicado pela primeira vez em folhetim, no Diário de Portugal, em 1880, O Mandarim transporta-nos ao Oriente, cenário exótico do imaginário queirosiano, que serve de contexto à história de Teodoro, um pacato amanuense do Ministério do Reino. Teodoro, movido pela tentação, aguçada por um Diabo, de pôr fim aos dias de um abastado Mandarim chinês, de forma a herdar a sua fortuna...»


«Só sabe bem o pão que dia a dia ganham as nossas mãos: nunca mates o Mandarim!»

Opinião: Já faz algum tempo que estava à espera de uma oportunidade para ler algo de Eça de Queirós, de modo a conhecer a sua escrita e então depois poder ler a sua mais famosa obra, Os Maias, que possuo faz algum tempo mas que por uma simples metodologia optei por não ler, esta minha metodologia consiste na simples razão de eu gostar de ir conhecendo a escrita de um autor que me desperte alguma curiosidade começando por obras de menor renome, o que não significa que sejam de menor qualidade, até chegar ao dito clímax da obra do autor em questão, eu sei que não sou o único a agir deste modo pois tenho conhecidos que também agem da mesma maneira.

Quanto ao livro propriamente dito, começo por dizer que fiquei muito agradado com o enredo no seu todo e que gostei principalmente da mensagem transmitida. Eça de Queirós transmite nesta prosa uma mensagem de uma honestidade e de uma humildade tremendas, com as quais me identifiquei totalmente.
A frase que coloquei acima a negrito resume, na minha opinião, não toda a estória mas o essencial dela.

Teodoro é um secretariado do Ministério do Reino que a partir da simples leitura de um in-fólio vê aparecer-lhe a oportunidade de possuir uma enorme fortuna, e tudo o que tem de fazer para esse efeito é tocar uma simples campainha, sendo que no exacto momento em que a campainha for tocada morre um Mandarim mais rico que todos os Reis de que as histórias falam, trespassando por conseguinte toda a sua fortuna a quem tiver a ousadia de tocar a dita campainha. Teodoro acaba mesmo por tocá-la e herda uma fortuna imensa que lhe permitirá viver da maneira que sempre sonhou, até que a sua Consciência o faz lembrar que o Mandarim Ti Chin-Fu podia ter uma família, podia ter pessoas dependentes dele, o que faz com que Teodoro, o simples homem que trabalhava para o Ministério do Reino, rico e famoso do dia para a noite, embarque numa viagem em busca da família do Mandarim a fim de casar com uma familiar do Mandarim e compensar o povo pela perda que sofreram. É com certeza uma história de beleza e qualidade fora do comum.

Quero por fim, assinalar a forma extremamente cómica como o autor termina a sua prosa, que é a seguinte(perdoem-me os leitores que queiram ler o livro no futuro):  «E todavia, ao expirar, consola-me prodigiosamente esta ideia: que do norte ao sul e do oeste a leste, desde a Grande Muralha da Tartária até ás ondas do Mar Amarelo, em todo o vasto Império da China, nenhum Mandarim ficaria vivo, se tu, tão facilmente como eu, o pudesses suprimir e herdar-lhe os milhões, ó leitor, criatura improvisada por Deus, obra má de má argila, meu semelhante e meu irmão!»

E a pergunta que fica no ar ao ler esta obra é a seguinte: O que farias tu se tivesses uma oportunidade destas?

Cumprimentos, Fernando

sábado, 18 de setembro de 2010

Livrarias Online

Por vezes torna-se um pouco desconfortável termos de nos dirigir a uma livraria para comprar-mos um determinado livro, e não são poucas as razões para que uma simples ida a uma livraria se torne num pesadelo, como por exemplo: condições atmosféricas adversas; trânsito, ou aquela que para mim é a pior de todas, que é quando chegamos todos contentes à livraria e o livro se encontra esgotado ou ainda não chegou ao estabelecimento. Este tipo de obstáculos não existem para quem faz as suas comprar online através das úteis livrarias ligadas ao mundo virtual.

Hoje em dia em Portugal já existe uma boa variedade delas, sendo as mais conhecidas as seguintes:
                                                
                                                 www.mediabooks.pt
                                                 www.wook.pt
                                                 www.bertrand.pt
                                                 www.sitiodolivro.pt

Eu, não tendo nada para postar aqui no blog relativamente a opiniões ou críticas literárias, decidi que seria uma boa ideia mostrar a quem nunca o fez, como se efectua a compra de um livro online, dividindo o processo por três simples passos que podem ver abaixo.


1º Passo - O primeiro passo para efectuar uma compra online é o simples registo no site da respectiva livraria através do preenchimento dos dados necessários para que a encomenda possa chegar até si e depois, como é óbvio, a escolha e a encomenda do respectivo livro ou livros.



2º Passo - O segundo passo é o pagamento da respectiva encomenda. Para que o seu livro seja enviado até si tem primeiro de pagá-lo, obviamente, e eu opto por fazê-lo via Multibanco pois acho que é a forma mais simples e rápida de efectuar o pagamento. Tenho conhecimento de outros modos de pagamento, mas nunca os tendo utilizado nada posso dizer acerca dos mesmos.



3º Passo - O terceiro e último passo deste processo de compra trata-se da simples recepção da sua encomenda na comodidade da sua casa, dando por terminado o simples processo de compra online.
Caso você não esteja em casa na altura em que o serviço de correios for efectuar a entrega deverá dirigir-se ao posto de correios mais próximo, levantando a sua encomenda e obtendo por fim aquilo por que pagou.



Espero ter ajudado, cumprimentos e desejos de boas leituras,

Fernando

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cândido - Voltaire


Título: Cândido
Autor: Voltaire
Nº de Páginas: 121
Editora: Biblioteca Visão - Colecção Novis
Preço: 1,50€


Sinopse: «O espírito do Iluminismo transparece com humor e ironia em Cândido, romance no qual Voltaire insinua a crítica de um mundo vivido entre as contradições do optimismo e do pessimismo, do bem e do mal. O herói da narrativa percorre diversos lugares, incluindo Portugal e o utópico Eldorado, conhecendo peripécias fantásticas e sucessivas desgraças «no melhor dos mundos possíveis». Cândido, nas suas aventuras e desventuras, a amada e não menos desafortunada Cunegundes, assim como os filósofos Pangloss e Martin, constituem personagens de uma sátira que se ergue contra o fanatismo, a intolerância, a ignorância e a injustiça.»

Opinião: Cândido é o primeiro livro que leio de Voltaire e com certeza que não será o último, pois mesmo não tendo adorado esta obra ela deu-me a conhecer um tipo de estória que até agora nunca tinha lido, uma prosa sobre uma viagem constante. Este livro fala das aventuras de Cândido, jovem que foi criado num lindo castelo até de lá ter sido expulso aos pontapés por ter sido apanhado aos beijos com a filha da baronesa. A partir deste ponto inicial, começam as aventuras de Cândido, que no meio de aventuras e desventuras passa de prisioneiro prestes a ser enforcado em Portugal a um rico possuidor de uma boa quantidade de diamantes provenientes da utópica terra denomidada de Eldorado. Trata-se de uma aventura inesquécivel e de qualidade inquestionável, por isso aconselho vivamente a sua leitura a quem esteja interessado.

Esta obra é também conhecida por um outro titulo diferente deste, nomeadamente Cândido ou o Optimismo, que na minha opinião reflecte bem melhor e de uma forma muito simples aquilo que retrata o livro, uma questão imortal acerca do fundamento do optimismo e do negativismo, tendo aliás exemplos de ambos os casos nesta prosa, pois temos um filósofo que mesmo comendo o pão que o diabo amaçou insiste em afirmar que "Tudo vai bem no melhor dos mundos possiveis", e pelo outro lado temos um senhor que mesmo sendo muito rico e possuidor de uma vasta biblioteca e de um belo jardim não se contenta com tudo o que tem, e é aqui que transparece a ironia inserida pelo autor nesta bonita aventura.

Esta obra, não sendo aquilo que eu estou habituado a ler foi certamente uma boa surpresa, pois apresentou-me este género de romance, um tipo de estória que eu desconhecia e conseguiu despertar a minha curiosidade acerca de mais obras deste género, que no futuro serão certamente comentadas aqui no blog.

Cumprimentos, Fernando

sábado, 11 de setembro de 2010

Boas oportunidades


Achei que seria uma boa ideia partilhar com os visitantes aqui do blog todas as boas oportunidades a nível literário (relação preço/obra) de que tiver conhecimento, e talvez até tomar conhecimento de algumas por parte dos visitantes.
Ora então, aquilo que me surpreendeu pela positiva foi o seguinte:

A Colecção Essencial Jumbo, onde cada livro tem o preço simbólico de 1,59€
Pareceu-me ser uma boa oportunidade para adquirir livros que são considerados clássicos da literatura nacional, por isso aproveitei e comprei os seguintes:


Viagens na Minha Terra - Almeida Garret



Amor de Perdição - Camilo Castelo Branco



O Mandarim - Eça de Queirós







Onde? Esta colecção, como é perceptível pelo nome, pode ser adquirida em qualquer super mercado Jumbo, naquele cantinho dedicado à literatura.  

Outra boa relação preço/obra com a qual me deparei foi a da Colecção Bis, da editora Leya, onde cada livro tem o preço simbólico de 5,95€, e onde vi uma boa oportunidade de adquirir alguns livros da minha wishlist, nomeadamente os seguintes:


Os da Minha Rua - Ondjaki
Bichos - Miguel Torga
Memória das Minhas Putas Tristes - Gabriel García Márquez
Capitães da Areia - Jorge Amado


Onde? Esta colecção pode ser adquirida em qualquer loja da especialidade, nomeadamente no Jumbo, nas Fnacs, Bertrands, Wook, Mediabooks, etc.

Esta é uma rubrica que pretendo repetir muitas vezes mais, sempre que me deparar com oportunidades semelhantes vou pô-las aqui para que vocês que visitam o blog fiquem a par delas.
E vocês, sabem de alguma oportunidade deste estilo? 

Cumprimentos, Fernando

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Os da Minha Rua - Ondjaki


Título: Os da Minha Rua
Autor: Ondjaki
Nº de Páginas: 127
Editora: Leya - Colecção Bis
Preço: 5,95 €


Sinopse: «Há espaços que são sempre nossos.
E quem os habita, habita também em nós.
Falamos da nossa rua, desse lugar que nos acompanha pela vida. A rua como espaço de descoberta, alegria, tristeza e amizade.
Os da Minha Rua tem nas suas páginas tudo isso.»


Opinião: Há livros que me surpreendem pela inteligência exposta em cada página, pelo enredo interessante ou pelos diálogos exuberantes, e depois à livros como este que escritos com uma simplicidade tremenda me fazem ficar viciado nas suas páginas e neste caso voltar a viver acontecimentos do passado, mais propriamente da minha própria infância através dos contos do autor que circulam sempre à volta da sua.
O livro é totalmente composto por pequenos contos sendo todos eles relacionados com a infância e adolescência do autor, uns são estórias passadas em casa no conforto da família, outros são passados na escola ou até mesmo na rua e na casa de amigos de infância, mas sejam eles onde forem, no espaço e no tempo em que decorreram, o que todos eles têm de especial é o efeito causado no leitor, pois ao ler-mos os relatos de alguém sobre a sua infância somos quase que automaticamente transportados para situações armazenadas na nossa memória sobre a nossa própria juventude, o que ao longo do livro vai causando uma enorme curiosidade em saber no que fala o autor no próximo conto, no outro a seguir e nos restantes, o que faz com que seja um livro que é muito facilmente lido em poucas horas.
É engraçado que todos os autores africanos que tenho lido até agora me têm surpreendido pela positiva com livros fantásticos, e não sei se é impressão minha mas consigo notar uma pequena semelhança na escrita de alguns deles, nomeadamente em Pepetela e Ondjaki, que são ambos autores que vou certamente repetir e trazer aqui ao blog por muitas mais vezes.

Enfim, trata-se de um livro de uma simplicidade e de um ambiente fantásticos que me fizeram recordar muitos episódios e peripécias da minha infância, algumas delas até bem parecidas com as que eu vivi e aprontei, talvez seja essa a razão de este livro tão pequenino e simples se ter tornado num dos meus livros favoritos, é simplesmente mágico!


Para quem tenha ficado curioso com o que leu e esteja interessado em comprar o livro ou apenas dar uma vista de olhos nas primeiras páginas, deixo-vos aqui um link onde o poderão fazer desde que possuam um programa de leitura de ficheiros PDF, o link é o seguinte: http://www.dquixote.pt/pdf/osdaminharua.pdf

Cumprimentos, Fernando

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Homem Duplicado - José Saramago



Título: O Homem Duplicado
Autor: José Saramago
Nº de Páginas: 318
Editora: Caminho
Preço: 14,85 €


Sinopse: «Tertuliano Máximo Afonso, professor de História, vive só, num bairro da cidade sem nome, só com a sua solidão. Um dia aluga um velho filme para ver em casa como repouso do cansaço que lhe deu a correcção dos trabalhos dos alunos. E acontece algo que lhe modificará a vida de solitário e pacato cidadão - um dos actores secundários do filme é exactamente igual a si próprio, é o seu duplo. Inquieto com a possibilidade de existir, eventualmente perto de si, na sua cidade, um outro que é ele próprio, lança-se numa investigação para encontrar esse outro, provocar um encontro, medir-se com ele. Com base neste ponto de partida, com uma intriga complexa conduzida com mão de mestre, José Saramago oferece-nos, com O Homem Duplicado, um dos seus mais belos romances.»


Opinião: Em O Homem Duplicado, Saramago presenteia os leitores com uma estória surreal que tem como protagonista um normalíssimo professor de História de seu nome Tertuliano Máximo Afonso que vê a sua vida dar uma volta de 180 graus ao descobrir que existe neste mundo um homem completamente igual a si, um duplo seu. Isto sucede quando o professor decide alugar um filme aconselhado por um colega seu de profissão, e qual não é o seu espanto quando, imagine-se, a meio do filme aparece um sujeito exactamente igual a si! Tertuliano Máximo Afonso faz tudo para descobrir a verdadeira identidade do actor e quando finalmente o consegue encontra-se com ele para finalmente ter à sua frente o homem que entrou na sua vida através de um filme e veio transformá-la em algo parecido com um.
Mais uma vez Saramago encantou-me com uma estória muito bem contada, tenho só a dizer que me pareceu que ao longo do enredo algumas das suas observações foram um pouco despropositadas e fora de contexto.

Um enredo, citando a sinope do livro, escrito com mão de mestre, que apesar de ficar aquém de outras obras de maior prestigio do autor não deixa de ser um livro muito bom que aconcelho qualquer pessoa a ler, simplificando, não é o melhor livro de Saramago mas a genialidade do autor está presente o que significa que vale a pena ler!

Fico um pouco triste quando visito alguns blogs do género e não encontro qualquer opinião ou crítica a livros de Saramago, pois eu senti quase uma obrigação de ler o único escritor de lingua portuguesa que alguma vez recebeu o prémio nobel, isto acompanhado dos concelhos de um professor que dizia que quanto mais conhecia o homem, menos vontade tinha de ler os seus livros. Enfim, conheci a obra de Saramago através do "Ensaio sobre a Cegueira", que por coincidência ou não, é o meu livro favorito de sempre. O que quero dizer com este "sermão" é que me parece que os portugueses transportam também para a literatura um pouco da famosa teoria "o de fora é que é bom", deixando de parte autores simplesmente extraordinários!
O que tenho a dizer a essas pessoas é o seguinte: Dêm o braço a torcer e vão ver que não se arrependem!

Cumprimentos, Fernando

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Entrevista: Maria Araújo Lima


Como o prometido é devido, aqui vos deixo a entrevista que vem estrear esta nova rubrica trimestral do blog «O Travessão». E que melhor escolha para começar um blog sobre literatura em português do que a autora de um recém lançado thriller policial, este estilo tão pouco explorado no nosso país e que na minha opinião sofre de um aproveitamento deficiente por parte dos escritores lusitanos. Como já devem ter reparado a escritora é Maria Araújo Lima e é a autora de Anástasis, a quem quero desde já agradecer pela disponibilidade!


1 – Maria Araújo Lima, quando e porquê decidiu tornar-se escritora?
 A verdade é que nunca pensei tornar-me escritora, e hoje com o livro à venda ainda não me sinto como tal. O que decidi, desde sempre, foi apostar na minha vontade e gosto pela escrita…
  
2 – Já tinha escrito algum livro antes do Anástasis? Faço-lhe esta pergunta porque sei de casos de escritores que apesar de terem livros concluídos os deixam guardados na gaveta durante anos.
Já tinha escrito há uns anos um romance juvenil, mas que continuará, sim, guardado na gaveta. A realidade é que muitas das experiências que foquei tiveram por base a adolescência que conheci, e que em pouco se assemelha à dos dias que correm. Pelo que já não tenho intenção de o tornar público.

3 – Fale-nos um pouco de como foi escrever o Anástasis.
Escrever o Anástasis foi apaixonante. Durante nove meses da minha vida não pensei em praticamente mais nada que não fosse o conteúdo deste livro. As personagens ganhavam forma na minha mente e queria todos os dias escrever mais e mais.
Antes de o iniciar efectuei algumas pesquisas, também fruto da minha veia jornalística, e de entre o resultado da minha busca de informações realçou-se um facto, que se prendia com uma história verídica em torno de um manicómio em Londres, momento em que me senti beliscada e preparada para o começar a escrever de imediato.
Cada parágrafo era novo para mim, não fazendo a mais pequena ideia no que iria resultar a nova história que criava. Sabia que do enredo faziam parte muitas personagens e que estas teriam que se interligar e dar origem a um final surpreendente. Esse foi o meu desafio!
Adorei escrever esta história, deu-me um gozo imenso.

4 – O que sentiu quando viu, pela primeira vez, o seu livro na prateleira de uma livraria? Imagino que tenha sido uma enorme sensação de prazer…
Foi de tal forma enorme, que puxei do meu telemóvel e fotografei -o na prateleira, para que me recorde sempre que perante seja qual for o obstáculo com que me cruze eu não posso desistir. O Anástasis mais que uma concretização profissional foi pessoal. Ou não tivesse sido esta história trazida aos seus leitores através de uma simples edição de autor.

5 – Diga-nos, quais foram os escritores que mais a influenciaram (nacionais e internacionais) e se conseguir enumera-los, alguns dos seus livros favoritos?
Posso dizer-lhe que não pretendo destacar nenhuma influência, uma vez que acredito ser influenciada por tudo o que me rodeia.
O meu género preferido seja em livro ou em filme prende-se com romances históricos, thrillers policiais e terror.
O Anástasis foi também muito inspirado pelo cinema, onde os diálogos assumem principal destaque em detrimento das descrições. No qual o ritmo acelerado e a narrativa fluída parecem mais facilmente prender a atenção do leitor.
Relativamente a livros favoritos, destaco simplesmente três livros que me marcaram: “Samarcanda”; “Anjos e demónios”; “A vencedora” – 3 estilos completamente diferentes  e que ainda não esqueci.

6 – Tem algum método específico de escrita? Por exemplo: Começar pela descrição das personagens, como faz no Anástasis?
Nenhum estipulado, simplesmente agarro na caneta que estiver mais à mão e deixo-me guiar pela imaginação…

7 – Fale-nos um pouco do processo pelo qual passou o seu livro até chegar às prateleiras das livrarias, do momento em que o acabou de escrever até ao dia em que o apresentou pela primeira vez numa loja.
O livro foi escrito em 2008. Quando terminado foi apresentado a algumas editoras do mercado nacional, mas sem sucesso, pois não foi seleccionado. Nesse mesmo ano permiti desmotivar-me e duvidar do meu projecto, tendo-o guardado. Já em finais de 2009, talvez a braços com uma maior confiança, decidi eu própria ir buscá-lo à gaveta e dar-lhe vida. Decidi testar a sua viabilidade, a sua aceitação junto dos leitores. Contactei gráficas, revisor, paginador, designer, tratei das questões legais, do processo, da divulgação, do registo e a 01 de Julho de 2010 o Anástasis estava a ser oficialmente apresentado na Fnac do Norteshopping, perante mais de 100 pessoas.
Foi um período muito complicado, pois à partida eu não sabia fazer mais nada além de escrever, o apoio dos que me rodeiam foi fundamental na concretização deste objectivo, sem eles teria sido mais difícil…

8 – Corrija-me se estiver errado, mas pelo que sei escreve sempre prosas, alguma vez pensou aventurar-se por outros caminhos?
(sorrisos) Pensar pensei… mas nesta altura o meu caminho passa apenas pela prosa. Gosto de escrever textos soltos, pensamentos livres, estórias. Gosto de dar voz à minha mente. Gosto de escrever quando me apetece e como me apetece. Para já sinto ser esta a minha vocação. Apesar de ter tido um bisavô poeta, de seu nome Matias Lima, que com certeza me terá deixado mais qualquer coisa no sangue. (sorrisos)

9 – Qual é a sua opinião em relação aos ebooks, Um pau de dois bicos? Se por um lado podem ser vistos como ameaça à venda dos livros em formato papel, por outro podem ser vendidos em formato digital de igual forma e ainda serem mais fáceis de transportar…
Não tenho nada contra os ebooks. Não me afectam particularmente e penso que a ninguém. É um sinal de evolução e não devemos ter receio do avanço, devemos sim saber como aproveitar esses mesmos progressos tecnológicos e acompanhá-los, usando-os em nosso benefício.
Uma coisa é certa, para mim continua a ser bem mais agradável folhear o papel.

10 – Tem algum conselho para os leitores que um dia queiram escrever um livro?
Todos que pensam em escrever só têm de o fazer. A escrita é um processo libertador, de expressão, de relaxe e de encanto. Faz-nos sentir bem, é ainda uma forma de realização especial, que se encontra ao alcance de todos.

11 – Já pensou no que vai escrever a seguir ao Anástasis?
 Depois do Anástasis ainda só escrevi pensamentos... Do amanhã pouco ou nada sei.

12 – Prefere o silêncio total enquanto lê e escreve ou não dispensa uma boa música de fundo?
Escrevo em qualquer sítio, desde que esteja com disposição para tal. Os únicos ingredientes que não dispenso são: a caneta, o papel e a imaginação.

13 – Sentiu muitas dificuldades durante o processo de publicação do seu livro? Quais acha que foram as razões para tal?
Uma edição de autor enfrenta sempre dificuldades, pois o autor está sozinho a fazer o mesmo trabalho que uma editora faz, acompanhada por uma equipa de especialistas, a todos os níveis, dominando todos os contactos de distribuição, e publicidade. Tudo seria mais fácil se estas pudessem estar sempre do nosso lado …

14 – Diga-nos, onde podemos encontrar ou encomendar o Anástasis?
O Anástasis encontra-se à venda na Fnac do Norteshopping (Matosinhos), no entanto em qualquer uma das Fnac´s do país podem encomendá-lo. Caso pretendam poderão ainda requisitá-lo através do email: anastasis.maria@gmail.com, que o mesmo será posteriormente enviado via ctt.

15 – Maria, muito obrigado pela entrevista! Desejo-lhe a melhor das sortes não só no mundo literário como também na sua vida pessoal. Uma última palavra para os seus leitores e para as pessoas que depois de lerem esta entrevista procurarão o seu livro…
Espero mesmo que procurem e arrisquem. Deixem-se levar pelo enredo e envolver pela história, que no final serão certamente surpreendidos. 




Espero que tenham gostado da entrevista, pois eu gostei tanto de fazê-la que fica desde já prometido que tentarei fazer de tudo para que seja cumprido o prazo desta nova rubrica trimestral.
Já leste o Anástasis? Gostaste? O que achaste da entrevista? A Secção de comentários está à vossa disponibilidade.

Abraço, Fernando