domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Primeiro em Inglês & Companhia

Não sei de onde nasceu esta adoração, mas a língua Inglesa sempre me fascinou. Há uns tempos atrás deparei-me com um blog ligado aos livros - tal como este - que ocasionalmente publicava uma crítica a um livro lido directamente do Inglês, algo que despertou em mim uma curiosidade enorme e me fez questionar se eu próprio estaria preparado para fazer o mesmo. Depois de considerar a questão, decidi juntar o útil ao agradável e optei por encomendar um livro de um autor que me despertou grande curiosidade, cuja língua materna é o inglês, e que podem verificar na foto abaixo.


Invisible, de Paul Auster

É este o título de que falo acima, uma obra de um autor que sempre me despertou uma curiosidade enorme e que vejo agora ser substituída pelo facto de realmente poder vir a ler uma obra sua. Alguém já leu? O que acharam? O que acham do facto de cada vez mais leitores em Portugal encomendarem livros em inglês?

A acompanhar esta encomenda - para que o estrangeiro não se sentisse só num país desconhecido - veio um livro de um autor que descobri o ano passado e que gostei mesmo muito. Podem ver a foto abaixo, e se já o leram, gostava que me dissessem o que acharam.



O Bom Inverno, de João Tordo


Cumprimentos e Boas Leituras,

Fernando


sábado, 12 de fevereiro de 2011

Booking Through Thursday - Princípios

Há algo de mara­vi­lhoso em acom­pa­nhar o prin­cí­pio da car­reira de um autor — em ser das pri­mei­ras pes­soas a lê-​lo e admirá-​lo, antes de se tor­na­rem gran­des suces­sos.
Que auto­res tiveste a sorte de des­co­brir no iní­cio das suas car­rei­ras?
E, se nunca tiveste essa opor­tu­ni­dade, que auto­res gos­ta­rias de ter des­co­berto mesmo no início?


Calculo que seja um prazer enorme ser das primeiras pessoas a reconhecer um talentoso escritor e vê-lo, anos depois, no topo - tops de vendas, a vencer prémios, ver o número de leitores crescer, etc. Devo dizer que sou algo receoso com os livros que compro, não arriscando muito em autores que me sejam completos desconhecidos, e apostando em demasia em outros já com carreiras bem cimentadas no mundo da literatura e em autores de outros livros dos quais tenha gostado particularmente, quer a nivel nacional ou internacional, isto muito devido ao facto de nesta fase do meu percurso na literatura estar algo direccionado para a leitura de grandes clássicos e de livros sobre os quais leio opiniões fantásticas noutros blogs do género (assim descobri grandes livros e grandes autores, que hoje em dia são dos meus preferidos). Tudo isto para dizer que não tive o prazer de acompanhar o principio, e o consequente crescimento da carreira de nenhum escritor deste a sua primeira obra.
Quanto à questão do autor que gostava de ter descoberto mesmo no princípio, não tenho qualquer dúvida na resposta: José Saramago! Para além de ser português, é o meu escritor favorito de entre todos os que li até hoje. Devo dizer que o facto de o seu primeiro livro ter saído muito antes de eu ter sequer nascido torna a sua escolha ainda mais óbvia, pois isto implicaria uma viajem no tempo - algo que gostava imenso de fazer, hehehehe.

Cumprimentos, 

Fernando 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Citações #8

«Artur, desculpando-se com os afazeres, abandona o local do mexerico.A luminosidade matinal provoca-lhe um ardor na próstata. Tenta apanhar um táxi que o leve dali. Faz sinal a um velho Ford Cortina, que tem um corta-unhas a balouçar no espelho retrovisor. Só depois se lembra dos módulos de autocarro que comprou no dia anterior. Este curioso hábito, repetido todos os dias, faz dele um dos principais inimigos dos taxistas, que o insultam sempre que o reconhecem. Isto quando não o perseguem com os carros por cima dos passeios e lhe atiram van-tans fritos e velhas pistolas de alarme (vermelhas ou rosas de acordo com o batôn dos taxistas).»

Isto é Comédia, Fernando Bilé

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Citações #7

«Aproveito para fazer um parêntesis. (Ainda bem que não tenho amigos estrangeiros. Bem, conheci um indiano na Almirante Reis. Emprestei-lhe vinte cêntimos para desencravar uma unha e em quatro meses tinha uma cadeia de lavandarias, a 20 à sec...).»

Isto é Comédia, Fernando Bilé

Quantas Madrugadas Tem a Noite - Ondjaki

 
Título: Quantas Madrugadas Tem a Noite
Autor: Ondjaki
Nº de Páginas: 184
Editora: Colecção Autores Lusófonos - Revista Visão
Preço: 1€


Sinopse: «Quantas Madrugadas Tem a Noite está destinado a ser um marco na literatura angolana e na literatura de língua portuguesa em geral. Com uma extraordinária mestria narrativa, Ondjaki conta aqui uma história em que não se sabe o que admirar mais, se a fulgurante imaginação do autor, se a sua capacidade para a criação de tipos e situações carregados de significado, se a sua capacidade para elevar a linguagem coloquial a um altíssimo nível literário. O humor, a farsa, o lirismo, a tragédia, o horror, todos estes sentimentos são aqui convocados e expostos, com a fluência de quem conta, simplesmente, uma história, na Luanda dos dias de hoje.»


Foi com alguma curiosidade que parti para a leitura desta obra, pois fiquei com uma óptima impressão do autor depois de ler o livro de contos Os da Minha Rua, o que fez aumentar a minha curiosidade em relação ao trabalho de Ondjaki no que toca ao romance propriamente dito - o meu género literário de eleição.
Uma das coisas que notei logo no começo do livro foi o reconhecimento daquela linguagem doce empregada pelo autor na obra anteriormente lida por mim, o que me fez sorrir de satisfação logo nas primeiras páginas, como se tivesse reencontrado um velho amigo.

Sentado num bar, sorvendo cerveja atrás de cerveja (ou ngala atrás de ngala, como preferirem) o narrador conta-nos as estórias de vários amigos seus, sendo que muitas delas estão entrelaçadas e são mesmo necessárias para o objectivo final de não restarem quaisquer dúvidas acerca do assunto principal, em redor do qual giram a maioria das narrativas dentro desta narrativa principal, numa espécie de efeito matrioska. Somos levados a conhecer um grupo de amigos muito distinto, como todos o são, sendo que este tem a particularidade de ser constituído, entre outros, por BurkinaFaçam - um anão com sucesso no que toca ao mundo feminino e que é proprietário de um conjunto de candongueiros (espécie de táxis com rota previamente definida utilizados em Luanda).
O que mais gostei neste livro foi o facto de conhecer uma veia algo humorística de Ondjaki, que cria nesta obra inúmeras situações no mínimo caricatas, como por exemplo o facto de BurkinaFaçam ter requerido a ajuda do seu amigo Jaí, professor no ensino público, para o auxiliar no cumprimento de uma promessa que ele tinha feito a umas amigas, tendo o albino Jaí ter-se feito passar por enviado do governo para tratar com essas amigas de BurkinaFaçam de alguns detalhes para posteriormente as inscrever no Sindicato Nacional das Prostitutas, imagine-se.

Algo que não pude deixar de reparar foi o facto de a cultura angolana, mais propriamente luandense, estar muito presente e explicita nas obras que li deste autor, o que, creio, faz qualquer um sentir que conhece um pouco mais de uma cidade onde nunca esteve. Esta é, sem dúvida, uma das muitas coisas boas na literatura!
Este livro é Angola. A linguagem, a narrativa, as personagens, as situações mais caricatas que se possam imaginar, tudo isso está aqui inserido.

Recomendo a quem procura uma estória interessante, bem contada e muito humorística!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Feira Literária Internacional de Sintra


«Paraty foi a inspiração de Gonçalo Bulhosa, co-fundador da Oficina do Livro e ex-editor da Palavra, que acaba de anunciar a organização da Festa Literária Internacional de Sintra (FLIS), já com dias certos (11, 12 e 13 de Novembro), director da primeira edição conhecido (o editor Manuel Alberto Valente) e espaço reservado (o Centro Cultural Olga Cadaval). «O espírito é tornar o Centro Cultural Olga Cadaval um espaço aberto, muito dinâmico, com acontecimentos durante os intervalos entre palestras. O espírito de festa é o mesmo da FLIP, mas tudo o resto será diferente, pois Sintra, no Inverno, não é comparável ao calor das ruas de Paraty», afirma Bulhosa ao jornal Público. Sabe-se, para já, que primeira FLIS terá 30 escritores convidados (João Tordo e Pedro Paixão são os primeiros autores portugueses confirmados).»

Fonte: http://ler.blogs.sapo.pt/745695.html