quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Booking Through Thursday - Discussão

Gostas de falar sobre aquilo que lês? Tens alguém com quem falar?

Gosto muito de falar sobre aquilo que leio, porém, e com muita pena minha, não tenho muita gente com quem falar sobre o assunto. Conheço pouca gente que goste tanto de ler como eu, portanto aproveito para falar bastante com as poucas pessoas que conheço que realmente gostam de ler. Por vezes, quando estou com amigos meus que não lêem de todo, faço questão de tirar da mochila o livro que no momento me acompanha e mostrá-lo. Nem que seja só para verem a capa, lerem o nome do autor ou até lerem uma pequena passagem - que é o que acaba por acontecer várias vezes. Faço-o com o propósito de despertar na pessoa a vontade de ler através daquele click da curiosidade, que mesmo nos tais casos de leitores muito esporádicos pode funcionar! A criação e manutenção - ainda que um pouco desleixada por diversos motivos, profissionais e pessoais - do Travessão deve-se em parte ao facto de gostar de realmente de conversar sobre aquilo que leio

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Livro dos Homens Sem Luz - João Tordo


Título: O Livro dos Homens Sem Luz
Autor: João Tordo
Nº de Páginas: 214
Editora: Publicações Dom Quixote

Sinopse: «Com ecos de Kafka e Auster, este é um romance onde histórias e personagens se vão cruzando e cada página é um passo expectante em direcção a um desenlace simultaneamente macabro e romântico.»

A principio não percebi o que queria dizer o autor com a expressão «Homens sem luz», dúvida que desapareceu assim que me embrenhei na leitura de mais uma obra de João Tordo - a terceira que leio do autor. Cedo percebi que as várias personagens deste enredo labiríntico tinham algo em comum; a solidão. Neste ponto percebi que homens sem luz são homens sós - não confundir com desacompanhados.

Provavelmente o livro de João Tordo que menos apreciei, o que não significa que não tenha gostado, apenas sublinha o quanto gostei dos outros dois que li. Os factores para que tenha gostado menos deste do que dos restantes tem a ver com o facto de a narrativa ser pouco linear, chegando mesmo a ser algo confusa. Algo que percebo perfeitamente, visto saber que se trata do primeiro livro a ser editado pelo autor. A solidez da escrita de qualquer autor vai sendo cimentada à medida que este vai escrevendo, à medida que vai encontrando o seu estilo e ganha experiência ao escrever mais livros. Com isto quero dizer que me parece que esta obra acaba por pecar pela juventude.
Por diversas vezes durante uma leitura - quando a leitura em questão foca um tema em especial - tenho um automatismo que associa imediatamente o livro a uma palavra. A palavra associada a esta obra é Solidão.
Com um sentido filosófico claramente focado no tema da solidão, trata-se de uma obra poderosa, de uma leitura dura e também de uma escrita  fluída.

Uma contrução narrativa diferente das restantes obras que já li do autor, muito menos linear, logo mais confusa, o que numa conclusão relativamente aos pontos positivos e negativos da obra, me parece ser o mais desagradável de todos. Uma obra menor, de um grande escritor.

Citações #18

«Todas as famílias têm alguns esqueletos no armário, mas os Vanger tinham um cemitério inteiro.»

Os Homens Que Odeiam As Mulheres (Millenium I),  
Stieg Larsson